Muito tem se falado que utilização de fontes renováveis de energia é um meio moderno de economizar, porém, há alguns anos era considerado uma realidade distante, principalmente no meio rural. A falta de informação aliada ao preço exorbitante fez com que o avanço dessa tecnologia no Brasil fosse retardado, o que rapidamente se tornou uma situação contrária diante do favorecimento que o clima dá a esse tipo de fonte energética.
Hoje, com a popularização e a alta oferta do mercado fotovoltaico, é possível produzir energia elétrica limpa, e a um baixo custo para suprir as demandas de sua propriedade cafeeira. Segundo o portal de notícias “Portal Energia”, na última década a instalação de painéis solares aumentou mais de seis vezes, ao passo que o preço médio despencou cerca de 90% no mesmo período, sendo assim não podemos deixar de pensar nessa alternativa para o empreendimento agrícola. E para a cafeicultura o investimento nessa fonte renovável não é diferente.
Por isso, nesse artigo trazemos algumas dúvidas recorrentes do cafeicultor sobre esse tema tão em pauta nos últimos anos.
Quando imaginamos uma fazenda cafeeira, a maior parcela de gastos com energia é com o uso da irrigação. Custos esses que podem variar a depender do tipo de irrigação a ser empregada (gotejamento, micro-aspersão, pivô central) entre outros fatores. Contudo, em média são consumidos anualmente 1215.6 kWh com um custo médio anual de R$450,00 em energia elétrica para se irrigar um hectare de café.
Para dimensionar e instalar uma usina fotovoltaica em sua propriedade, o produtor deve consultar uma empresa especializada no assunto, pois cada propriedade possui seus próprios desafios. Entretanto, pode-se realizar um cálculo rápido, a fim de descobrir qual o investimento necessário para implementação e integração da usina solar da propriedade na rede de distribuição da companhia elétrica. É importante salientar que o excedente de energia produzida pode ser “vendida” à companhia e, portanto, amortizar a energia consumida pela propriedade.
Levando em conta a necessidade anual de energia elétrica, pode-se estimar que seriam necessários para a irrigação de uma lavoura com 10 hectares de café uma usina fotovoltaica com capacidade de 7,38 kWp com 27 módulos. A instalação ocuparia uma área de 50 m² para comportar todo o sistema de geração e integração. A estimativa de investimento varia de empresa para empresa, porém segundo a Greener, responsável por uma pesquisa com as empresas do setor, o preço dos kits fotovoltaicos no mês de janeiro de 2021, para esse sistema seria por volta de R$32.500,00 levando em conta a instalação e a integração do sistema na rede da companhia elétrica.
Um dos pontos mais questionados quando falamos em implantação de energia solar, seria sobre o Payback (tempo de retorno do investimento), seu tempo vai variar de acordo com o tamanho necessário da usina. No exemplo que demos para uma lavoura irrigada de 10 hectares, a amortização se daria entre 7 a 8 anos, podendo diminuir caso decida-se irrigar uma área maior. Estima-se que a economia mensal nesse sistema ficaria em R$356,00 e a economia total acumulada em 30 anos (vida útil do sistema) seria de R$390.301,91.
Sabemos que o dinheiro a ser empregado na usina fotovoltaica é quase sempre um fator limitante, sendo muita das vezes responsável pela desistência na implantação do sistema. Porém existem várias linhas de crédito voltadas para esse fim, citaremos aqui algumas que são ofertadas pelo BNDES e Banco do Brasil.
Financiamento para aquisição e comercialização de sistemas de geração de energia solar, eólica, entre outras energias renováveis.
Taxa de juros: Nas operações indiretas, a Taxa de juros é composta pelo Custo Financeiro (para 10 anos =7,106503% a.a.), pela Taxa do BNDES (0,95% a.a) e pela Taxa do Agente Financeiro (até 3.5%a.a). totalizando em até 11.556503% a.a
Limite financiável: O BNDES participa em até 100% dos itens financiáveis.
Prazos: Até 10 anos, com carência de até 2 anos. Nos financiamentos em TFB, a carência é de até 1 ano.
Garantias: A garantia é de livre negociação entre a instituição financeira credenciada e a beneficiária do financiamento, observadas as normas pertinentes do Conselho Monetário Nacional.
Resumimos para vocês todas as opções de financiamento do Banco do Brasil na tabela abaixo.
Tendo em vista que os preços para a instalação de painéis solares são atrativos, o incentivo por meio de financiamentos facilitados e também o custo com energia elétrica em sistemas irrigados sendo significativo, pode-se dizer que historicamente, nunca foi uma ideia tão boa investir na geração própria de energia fotovoltaica na cafeicultura.
Além de limpa, a energia solar irá proporcionar um retorno econômico importante para baixar seu custo de produção e melhorar sua margem de lucro ao final da safra.
Para saber mais sobre planejamento técnico e financeiro de propriedades, estudos de viabilidade econômica entre outros assuntos relacionados à Cafeicultura, entre em contato com um de nossos especialistas.
FONTES: FINAME; GREENER; PORTAL ENERGIA; PROGRAMA AGRO ENERGIA