Sabemos da importância de se realizar o planejamento financeiro de um empreendimento rural, seja na atividade leiteira, cafeeira ou qualquer outra. A realização desse controle mensal é o que, de fato, contribui para que o empreendimento tenha saúde financeira e realize uma boa gestão de seus processos internos.
Logo, é essencial que todo empreendedor tenha atenção a estes fatores antes mesmo de estabelecer seu negócio.
Mas o que muitos produtores não sabem, ou sabem e optam por não fazer, é a mensuração de seus ganhos com a atividade pautado nas funções que desempenham internamente, ou seja, o quanto equivale financeiramente o seu trabalho e qual o custo das atividades executadas por ele para seu empreendimento, o chamado pró-labore.
Para entender o conceito de pró-labore é interessante citar sua origem e significado, este termo possui origem do latim, e significa, literalmente, “pelo trabalho”.
Pró-labore nada mais é que a remuneração que o empresário rural recebe por seu trabalho na empresa e com a qual deve custear seus gastos pessoais.
No caso do empreendimento rural, é o valor monetário que o produtor deve receber pelas funções desempenhadas por ele em prol da atividade produtiva, correspondente ao custo da mão de obra familiar.
A retirada deste custo é obrigatória e, na metodologia utilizada pela Labor Rural, ele se enquadra nos custos fixos da atividade.
O pró-labore, juntamente as despesas com depreciação e os custos operacionais efetivos (COE), compõem o custo operacional total (COT). Por isso a importância de se entender o conceito de pró-labore e definir o seu valor.
Para contextualizar sua importância, imagine que uma pequena propriedade familiar leiteira fictícia, produza em média 650 litros de leite por dia, o qual é vendido a R$2,00/litro, conforme o preço de mercado.
Ainda vamos considerar que todo o planejamento financeiro dessa família gira em torno destes valores de produção e venda. Entretanto, a empresa não paga o pró-labore a um de seus donos, o qual é responsável por todo setor administrativo e possui participação indispensável na produção de leite.
Inesperadamente, este produtor é acometido por um sério problema de saúde e precisa se afastar de suas atividades durante alguns meses, forçando-o a contratar um gestor capaz de suprir sua ausência e cujo salário será de R$4.000,00.
Dessa forma, para cobrir os gastos com o salário do novo funcionário e manter seu nível de produção, a empresa deverá intervir em seus processos internos, visando reduzir os custos de produção ou mesmo aumentar a quantidade e o preço de seu produto, o que pode influenciar diretamente em seu posicionamento no mercado perante a concorrência e seus clientes.
A situação descrita não ocorreria caso o produtor considerasse em suas economias o pró-labore mensalmente, visto que conforme abordado anteriormente, este gasto compõe o custo operacional total da atividade.
Portanto, ao deixar de fazer este pagamento, a empresa passa a não ter o controle efetivo de seus gastos, podendo ter prejuízos no curto, médio e longo prazo.
Ao contrário do que se imagina, não é difícil definir o valor do pró-labore.
Mas para melhor entendimento e auxiliar nesta definição, vamos fazer um comparativo com o salário de um funcionário.
Então, basta se perguntar: quanto você pagaria para um de seus funcionários exercer todas as suas funções que você exerce dentro do seu empreendimento? Ou, na região qual é o valor de remuneração de um funcionário que desempenha as mesmas funções que você?
É através desta linha de raciocínio que iremos estipular um valor exato de pró-labore. Para isso, precisamos levar em consideração algumas orientações:
É importante ressaltar que o pagamento do pró-labore deve ser um valor a ser realizado mensalmente, assim como o salário dos funcionários efetivos que atuam na propriedade rural.
Portanto, conforme discutido ao longo do texto, é imprescindível que todo empresário rural estabeleça um valor justo de pró-labore, considerando o mercado e as atividades que serão, de fato, executadas na propriedade.
Ao inserir o pró-labore em seu planejamento, o produtor terá o efetivo controle financeiro de seu empreendimento, assegurando estabilidade, segurança fiscal e sustentabilidade no longo prazo.
FONTES: ENDEAVOR; FORTES TECNOLOGIA; GRANATUM ; SEBRAE