Os últimos anos vem apresentando aos cafeicultores grandes oportunidades para negociação de suas sacas, tanto no mercado físico quanto no mercado futuro. Isto ocorre porque os preços pagos pelo café, assim como outras commodities, dependem de uma série de variáveis como clima, cenários econômicos mundiais, câmbio, dentre outros.
No ano de 2021, já alcançamos preços recordes das sacas, chegando a aproximadamente R$740 por saca no mercado físico. E você, conhece a diferença entre a negociação em mercado físico e mercado futuro?
Continue com a leitura para saber mais.
A venda da produção no mercado físico, consiste em realizar a negociação com o comprador e realizar a entrega do produto de forma imediata, com os valores e cotações momentâneas do produto.
Já a venda das sacas de café no mercado futuro possibilita ao cafeicultor garantir rentabilidade na negociação de sua produção, reduzindo os seus riscos, isto porque é possível avaliar seu custo de produção e realizar a “trava” do preço do café a ser vendido, garantindo o preço mínimo para cobrir os custos.
Na prática, a operação do mercado futuro ocorre quando o cafeicultor negocia a sua produção, por meio de contratos com vencimentos em datas futuras, avaliando o preço físico do café na data da negociação e a valorização do produto próximo a data de vencimento do contrato, realizando a “trava” no preço de venda das sacas. Isso quer dizer que eles fixam o preço agora, mas repassam o dinheiro ou as sacas físicas em uma data pré-definida no futuro.
A negociação em mercado futuro possui algumas exigências. O volume mínimo do contrato é de 100 sacas de 60Kg ou 6 toneladas. As características da produção a ser entregue como qualidade, grãos tipo 6 ou superior, bebida no mínimo dura e condicionamento em sacas novas de juta.
Além disso, no contrato são especificadas algumas características como data de entrega, local, cotação, variação máxima diária, unidade de negociação, dentre outros. Os meses de vencimento do contrato são março, maio, julho, setembro e dezembro, ocorrendo do sexto dia útil ao último dia do mês de vencimento. As datas de entrega normalmente são janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro.
No Brasil, os cafeicultores realizam a venda da produção por meio do contrato futuro através das exportadoras e cooperativas que atuam intermediando a relação dos produtores com o mercado financeiro.
Um cafeicultor para garantir que a saca seja vendida pelo valor de R$700 realiza a compra de uma opção de venda no mercado futuro a esse valor e assim garante a oportunidade de vender as sacas em uma data futura. Caso ocorra uma desvalorização e o café reduza o seu valor de mercado, o produtor garante altas rentabilidades devido a trava realizada anteriormente.
Porém, se o produto valoriza, o cafeicultor pode optar por não realizar a venda pelo preço definido na época e renegociar a produção, estratégia comumente conhecida como hedge, que nada mais é que um mecanismo utilizado para projetar o preço futuro, no qual avalia-se os preços físicos, as cotações, minimizam as perdas devidos as oscilações do mercado e fornece previsibilidade, em resumo, atua como uma ferramenta de proteção.
Levando-se em consideração esses aspectos, é importante que o cafeicultor realize uma análise mercado e de seus custos de produção antes de tomar a decisão da venda de sua produção.
Desta forma é possível escapar das oscilações do mercado e dependência de altas rentabilidades de acordo com os preços praticados no mercado, assim o produtor consegue assegurar sua rentabilidade, de forma estratégica olhando para dentro e fora da porteira.
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