A pandemia do COVID-19 surpreendeu o mundo inteiro economicamente e socialmente, desestabilizando as relações diretas e indiretas.
Com o Brasil não foi diferente. A queda projetada do PIB brasileiro é de 4,5%.
O grande responsável por esse déficit não ser ainda maior é o setor agrícola que teve seu crescimento de 9% perante ao PIB nacional.
A famosa frase “O Agro não para” repercutiu ainda mais após a notícia do recorde na produção nacional de soja. Isto ocorreu pois foi atrelado à alta nos preços de sua comercialização, levando em conta o cenário nacional de queda de faturamento em muitos setores da economia.
Em um levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), constatou-se que em agosto/2021 o preço da saca (60kg) de soja foi de R$171,06, enquanto no mesmo período em 2020, foi comercializado a R$136,80, estando esse valor em 2021, 79,97% maior (valor corrigido pelo IGP-DI de julho/21).
O que tornou mais animador neste cenário, foi a aquisição dos insumos da safra 2020/2021 ter sido realizada, em grande parte, antes do agravamento da pandemia de COVID-19 no Brasil.
Tendo em vista que, com a chegada da pandemia, houve altas históricas de preços dos insumos agrícolas (que já vinham acontecendo, porém de forma mais branda) e, pensando no custo de produção, esse cenário já proporciona maior preocupação nos produtores para a safra 2021/2022.
Não foram somente os sojicultores que se deram bem nessa supervalorização dos preços de comercialização da safra.
Produtores de milho, cana-de-açúcar e café, dentre tantas outras culturas, também viram sua produção ser valorizada no mercado.
A chegada da pandemia de COVID-19 no Brasil aconteceu de forma mais tardia que em alguns países que são geradores de matéria-prima para produção de insumos agrícolas.
Isto fez com que houvesse a escassez de muitos produtos necessários à produção agrícola que, aliada à alta demanda em razão da elevada produtividade na safra, promoveu a elevação dos preços dos mesmos.
Segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), 47% das empresas do ramo agropecuário, logo nos primeiros seis meses de pandemia, enfrentaram dificuldades para conseguir matérias-primas e insumos.
Aqueles que se planejaram junto às cooperativas parceiras, às assistências gerenciais ou apenas colocaram tudo na ponta do lápis antes do começo da safra, obtiveram maior aproveitamento financeiro no momento de comercializar sua produção.
Ao se realizar o planejamento de pré-safra, é possível conseguir melhores preços na compra de insumos, deduzir riscos, custos, pontuar os elementos de maiores e menores gastos e equilibrar o custo de produção.
Se o produtor aumenta a renda bruta da atividade (RB), ou seja, a receita gerada pela comercialização da produção, mas também aumenta o custo total de produção (CT) na mesma ou aproximada proporção, o resultado final, positivo ou negativo, terá pouca variação.
Portanto, o produtor não terá se beneficiado desse aumento do preço de venda.
Através de dados retirados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) e do Centro de Estudos Avançado em Economia Aplicada (CEPEA), pode-se concluir que, mesmo com a alta dos preços de defensivos e fertilizantes ao longo das safras, os preços de comercialização cresceram em maior proporção.
O gráfico abaixo demonstra como a relação de troca diminuiu, ou seja, vêm sendo necessário cada vez menos sacas de 60kg para cobrir os custos de defensivos e fertilizantes da produção agrícola.
Mas, no cenário da pandemia e a alta do custo de produção, o agricultor que foi bem assistido por uma assistência técnica e gerencial, se planejou antes mesmo do boom da crise sanitária no país, conseguiu se beneficiar da alta dos preços de comercialização, através da realização de contratos prévios para a compra de fertilizantes e insumos e organização do custo operacional efetivo (COE) da propriedade.
Dessa forma, ao se deparar com a expectativa de melhora no mercado, pode se posicionar onde era possível reduzir ainda mais custos, sem prejudicar a eficiência operacional, aumentando o lucro da atividade.
Não deixe a falta de planejamento impedir que seu negócio aproveite os bons ventos do mercado.
O Agro não para e a Labor Rural também não, juntos garantimos a longevidade e lucratividade da empresa rural, através de planejamento, controle e conhecimento, atrelados a uma equipe comprometida e apaixonada pelo que faz!