A produção de forrageiras para a pecuária leiteira é um desafio para todo bom pecuarista, visto que existem momentos críticos ao longo do ano. Esses momentos são, basicamente, as estações outono e inverno, quando ocorre diminuição da disponibilidade de luz, com dias mais curtos, baixa temperatura média e diminuição acentuada do volume de chuvas. Dessa forma altera os processos metabólicos das plantas, diminuindo, assim, o seu desenvolvimento e crescimento, bem como a qualidade nutricional das forrageiras tropicais.
É necessário fazer o planejamento de volumosos, que é uma ferramenta de extrema importância para os produtores e técnicos, uma vez que a falta de forragem pode levar ao aumento dos custos de produção e ao aumento dos riscos zootécnicos. Para que isso não ocorra, é fundamental fazer, anualmente, análise da evolução do rebanho, com o objetivo de estimar a quantidade de animais, em cada categoria, dentro da propriedade.
De posse dessas informações, é possível projetar a demanda de alimento para o período planejado e definir a quantidade de forrageira a ser produzida. A forrageira pode ser pastagem, capim, cana, milho e outras. A partir daí, é possível definir prioridades de plantio, o tipo de volumoso e variedades a serem utilizadas.
Por que planejar a produção de volumoso nas propriedades? Temos de seguir alguns pontos:
Garantir a segurança alimentar do rebanho, com base na evolução planejada, uma vez que a falta de volumoso pode acarretar prejuízos, como a redução da produção de leite, da reprodução e da curva de lactação, ainda que, posteriormente, o fornecimento de alimento se normalize.
Otimizar o uso de volumoso, com planejamento. É possível direcionar o volumoso de qualidade, para os animais mais produtivos ou para categorias que merecem atenção especial (pré-parto e transição), e utilizar volumosos alternativos, normalmente mais baratos, para animais com menos exigência, garantindo sua disponibilidade durante o ano agrícola e sua eficiência econômica.
Maximizar a eficiência na utilização dos recursos da propriedade, com planejamento da produção de volumoso. Podemos programar estrategicamente a utilização de áreas da propriedade, para atender à demanda do rebanho e para aproveitar melhor as áreas disponíveis.
Dimensionar a capacidade de crescimento do rebanho, de acordo com a disponibilidade de volumoso, ajustando a taxa de reposição de matrizes da propriedade e programando possíveis compras ou arrendamentos.
Amenizar oscilações produtivas ao longo do ano, com um bom planejamento de volumosos, para que as oscilações na produção leiteira, sobretudo o impacto negativo na época seca, sejam atenuadas, visto que o fornecimento de alimentos, em quantidade e em qualidade, seria menos comprometido.
Reduzir o custo do volumoso, por meio de compras estratégicas de insumos utilizados na safra. Essas compras são associadas à necessidade de volumoso constante no planejamento. Dessa forma, será possível comprar insumos por melhores preços.
Agindo assim, o pecuarista irá fornecer volumoso em quantidade e em qualidade desejáveis para o rebanho, durante todo o ano, diminuindo as oscilações da produção leiteira e amenizando as “quebras” que ocorrem no período de seca. Portanto, é possível manter um rebanho com melhor escore corporal, bons índices reprodutivos e, em consequência, maior receita para a atividade leiteira.
A realização do planejamento de volumosos e do planejamento alimentar do rebanho tem como objetivo otimizar a produção, equilibrar custos e produzir alimentação de qualidade e em quantidade adequadas para o rebanho. Dessa forma, são diminuídas as perdas de produção pela falta de alimento. Sempre visando maiores lucros! Portanto, é algo que precisamos estar atentos e dedicar esforços!