O gasto com mão de obra é um dos principais componentes do custo de produção de leite. Em média, 15% de toda renda bruta obtida nas fazendas está comprometida com o custo da mão de obra (contratada + familiar). Sabendo disso, você com certeza, em algum momento, já deve ter se perguntado: como reduzir o percentual do custo com mão de obra em relação à renda bruta da atividade?
Para responder a esta pergunta, muitos pensam em duas hipóteses:
Diante destes dois cenários, analisamos os resultados das propriedades pertencentes ao nosso banco de dados. Calculamos o custo médio mensal por trabalhador (R$ 2.260/mês) com mão de obra (contratada + familiar). Também foi colocada em teste a produtividade média da mão de obra (375 litros/dia/homem trabalhando). Com estes dois valores em mãos, dividimos as propriedades em quatro grupos distintos:
Como já era de se imaginar, poucas são as fazendas que pagam pouco e conseguem alta produtividade da mão de obra. Estas somam apenas 12%. Além disso, poucas são as fazendas que pagam muito para funcionários que produzem pouco (apenas 16%). Vamos focar nos grupos onde está a maior parte das fazendas: 1 e 3. São eles que responderão qual das duas hipóteses iniciais é a melhor alternativa para sobrar mais dinheiro no bolso. Você aposta em qual? Trabalhar com menor salário ou trabalhar com maior produção de leite?
É possível observar menor eficiência técnica nas fazendas do Grupo 3. Isso se deve ao fato de a produtividade da mão de obra ser baixa, uma vez que as vacas produzem menos (alerta para problemas no manejo nutricional). O resultado é uma menor escala de produção. Também há sinais de problemas reprodutivos quando observamos a estrutura de rebanho e a qualidade do leite.
Uma boa análise é a do ponto de vista econômico. Apesar de custar menos, o percentual da renda que é comprometida com a mão de obra é superior (16,88%). Isso é resultado do baixo volume de leite, que não é suficiente para diluir este custo. Ou seja, estas fazendas, mesmo pagando pouco, se mostram ineficientes economicamente. O motivo: não há volume de leite para gerar renda bruta mensal.
Já os produtores do Grupo 1, além de eficientes tecnicamente, são eficientes também do ponto de vista econômico. Mesmo com um maior valor de remuneração mensal da mão de obra, comprometem apenas 12,24% de toda renda. Ou seja: pagam mais, mas há retorno do investimento através da maior escala de produção de leite. Isso prova que o alto custo da mão de obra está mais relacionado à baixa produtividade do que ao seu alto custo mensal!
Um dos maiores desafios da produção de leite, e em qualquer negócio, é gerir pessoas, formar profissionais qualificados e satisfeitos. Este processo não é fácil e pode custar caro se a mão de obra não for eficiente. Mas não está atrelado ao valor dos salários. Sendo assim, avalie a relação custo-benefício da mão de obra em sua propriedade. Analise a sua qualidade e satisfação e, juntos, tracem estratégias que visem ao retorno do investimento em mão de obra na melhor forma. Seu objetivo é ter uma maior produção de leite e mais dinheiro no bolso! Se você precisa de ajuda para colocar essa estratégia em prática, entre em contato com um de nossos especialistas!